O Problema do Brasil.

O Desafio Brasileiro: Reflexões sobre Mudança e Responsabilidade

Por Carlos Rizzon

Diante das manifestações pedindo mudanças no Brasil, compartilho um texto escrito em 2008 quando ainda morava nos Estados Unidos. Faça uma leitura cuidadosa e veja se identifica aspectos desse desafio.

Sempre que o tema de retornar ao Brasil surge entre amigos nos EUA, muitos expressam amor pelo país, mas ressaltam as questões econômicas e políticas como obstáculos. Em uma dessas ocasiões, discutíamos a descoberta de petróleo na Bacia de Santos e a entrada de capital estrangeiro nas indústrias de biodiesel e etanol.

Um amigo lamentava que, com os governantes brasileiros, mesmo com tamanha riqueza, as coisas não avançariam. Nesse momento, discordando, afirmei que o maior problema do Brasil são os brasileiros.

Destaquei que toda vez que alguém tenta subornar um policial para evitar uma multa, ou recorre a “jeitinhos”, prejudica a nação. O ser humano tem uma tendência crônica de escapar de responsabilidades, uma característica que remonta ao Jardim do Éden.

Ao abordar a queda da humanidade, mencionei como Adão culpou sua esposa e, indiretamente, Deus, ao ser questionado sobre seu erro. Infelizmente, essa mentalidade de escapar de responsabilidades está profundamente enraizada na cultura brasileira.

O hábito de “levar vantagem”, exacerbado pela famosa expressão “Lei de Gerson”, permeou a sociedade, criando um estigma que contaminou a sociedade brasileira. A grande maioria dos brasileiros parece estar infectada pelo vírus da síndrome de Gerson.

Conheci pessoas que contavam até quantas multas tinham levado para se mostrar superiores. O brasileiro, muitas vezes, quer levar vantagem em tudo. Essa cultura tem se tornado arraigada no sangue da maioria dos brasileiros.

Participando de um fórum online, destaquei que a mentalidade do lucro fácil, de levar um troco por fora, do “jeitinho”, é o que corrói e destrói o país. A mentalidade que destroi nossas cidades tem a ver com a atitude frente aos problemas do país.

Estive em um acampamento da 1ª Igreja Batista Brasileira do Sul da Flórida, onde um pastor compartilhou uma história impactante. Uma secretária da igreja, ao ser abordada por um policial após avançar um sinal vermelho, tentou suborná-lo, mas ele recusou por ser crente. Essa história ilustra como essa cultura está presente até mesmo entre os que se consideram cristãos.

Ao comparar experiências nos Estados Unidos, destaquei a diferença de mentalidade. Mesmo diante de uma multa, assumi a responsabilidade e paguei. Enfatizei a importância de seguir o exemplo de Jesus, que assumiu a responsabilidade de levar os pecados do mundo, em vez de escapar.

É um desafio superar essa cultura arraigada, mas a mudança começa quando as ações estão alinhadas com valores verdadeiros. Como disse Erwin Mcmanus, “algumas pessoas esperam mudanças, outras oram por mudanças, mas poucas se tornam a mudança”. A mudança impactante ocorre quando agimos em conformidade com nossos valores.

Belo Horizonte, 22/05/2008
Carlos Rizzon

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